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Águia Pequena

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Tanto tempo sem postar... Muitas coisas difíceis de serem vividas condensadas em um espaço de tempo menor que o todo de uma “vida guidinha” foi capaz de suportar...
Literalmente a saúde entrou em pane. Um organismo que se descompensou pela falta de condições para gerir um desenvolvimento sustentável da mente. Tenho plena consciência de que não posso salvar a pátria amada ao meu redor, mas é difícil conviver com situações da miséria do egoísmo.
Os problemas não foram específicos do meu pequeno núcleo familiar, porém não tenho e não desejo ter a capacidade humana de ser ilha. Nasci continente.
Perdi, pelo menos momentaneamente, a paciência com pessoas que só enxergam o próprio umbigo, tendo atitudes do estender a mão ao outro (que está longe de ser visto como semelhante) apenas se isso tiver efeitos midiáticos.
Custei a digerir tanto alimento ruim posto à mesa. Precisei me calar para não me igualar como garçonete do fel. Então silêncio, oração e recolhimento foi o remédio. O sair de cena se fez necessário por não querer ser coadjuvante de espetáculos tão medíocres.
O organismo levou aproximadamente quinze dias para começar a responder de forma satisfatória aos cuidados que se fizeram necessários, talvez porque o coração estivesse tão inquieto.
Hoje, me sentindo mais forte e renovada tenho ainda a lamentar certa dificuldade de conviver com pessoas que não conseguem estar na plateia, por faltar nelas à capacidade de juntar as mãos e produzir o aplauso ao momento de ribalta do outro. Pessoas que no espetáculo da vida só querem estar no palco, palco e mais palco.
Peço que Deus me liberte de em muitos momentos ter o ímpeto da vaia, pela impossibilidade de aplaudir representações teatrais tão medíocres de personagens canastrões. Que Deus me conserve a capacidade de na plateia em momentos assim, procurar as mãos que estão ao meu lado para nelas me enlaçar em oração.
Desculpem-me por voltar, por me sentir feliz ao ver o outro feliz. Pelo menos por hora, o momento clausura da Guidinha acabou!


         Com os que fazem de minha vida um grande conto de fadas, continuo a caminhada. Sigo convicta do meu papel de águia pequena... Não vou brincar de não ter sonhos se eu os tenho... Não vou descer nem jogar fora o meu projeto... Não vou trair meus ideais pra ser feliz... Não foi a toa que eu nasci para voar!



Águia Pequena  (Pe Zezinho)

Tu me fizeste uma das tuas criaturas
Com ânsia de amar
Águia pequena que nasceu para as alturas
Com ânsia de voar
E eu percebi que as minhas penas já cresceram
E que eu preciso abrir as asas e tentar
Se eu não tentar não saberei como se voa
Não foi a toa que eu nasci para voar.

Pequenas águias correm risco quando voam
Mas devem arriscar
Só que é preciso olhar os pais como eles voam
E aperfeiçoar
Haja mau tempo haja correntes traiçoeiras
Se já tem asas seu destino é voar
Tem que sair e regressar ao mesmo ninho
E outro dia, outra vez recomeçar.

Tu me fizeste amar o risco das alturas
Com ânsia de chegar
E embora eu seja como as outras criaturas
Não sei me rebaixar
Não vou brincar de não ter sonhos se eu os tenho
Sou da montanha e na montanha eu vou ficar
Igual meus pais vou construir também meu ninho
Mas não sou águia se lá em cima eu não morar.

Tenho uma prece que eu repito suplicante
Por mim, por meu irmão
Dá-me esta graça de viver a todo instante
A minha vocação
Eu quero amar um outro alguém do jeito certo
Não vou trair meus ideais pra ser feliz
Não vou descer nem jogar fora o meu projeto
Vou ser quem sou e sendo assim serei feliz.



Muita gente que me ajudou a voar novamente, nem sabe que tive as asas machucadas... Agradeço a Deus pela existência delas.


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