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Brincadeira de roda?

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Estou ouvindo as crianças da escola que fica aqui ao lado brincarem de roda. Fico feliz em saber que estão interagindo sem a necessidade da tecnologia. Vou escutando as letras das músicas que são as mesmas de minha infância e continuo sem entendê-las... 

 “Terezinha de Jesus,
de uma queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos de chapéu na mão
O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão
Quanta laranja madura
Quanto limão pelo chão
Quanto sangue derramado
Dentro do meu coração
Terezinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração
Da laranja quero um gomo
Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço.”

Essa tal de “Terezinha de Jesus” era uma mocinha muito esquisita...  Desde cedo não tinha a mínima ligação familiar e era bem deselegante. O pai e o irmão vieram acudi-la e foram dispensados. Preferiu o socorro de um terceiro. Deixou pai e irmão com cara de tacho depois da desfeita que fez. Eu, heim! Se ela recusou ajuda, que ficasse onde caiu.  
Deduzo que o tombo de Terezinha deveu-se a um tropeço no limão ( Essa parte da letra deve ser fala de Terezinha).  A coisa foi muito grave. Teve uma hemorragia no coração. O sangue derramou todo dentro dele... A moça era forte, muito forte. Apesar do tombo e sua gravidade, conseguiu levantar e ainda se desmanchar em amabilidade para uma criatura que até aí só se sabia que era o terceiro e do nada vira noivo.  O pai e o irmão deviam estar tão desesperados com as indelicadezas da moça que logo elevaram o cara a categoria de pretendente  comprometido. Deu a mão? Tem que casar! Assim Terezinha casava e ia tropeçar em outro terreiro rapidinho.
Também presumo que Terezinha era morena. Se não era, o noivo já estava pensando em traição. Chego a esta conclusão por achar que a última estrofe é fala do noivo...  Bom, não conheci nenhum deles, mas esse cara pareceu-me muito estranho ou estava com tanta fome que até limão comia. Da laranja queria um gomo e do limão pedia logo um pedaço. Que tipo de gente pede um pedaço de limão? Era caso de ficar de pé atrás, pois se tratava de alguém muito suspeito...

Minha vontade é de ir à escola onde as crianças estão brincando de roda e perguntar se elas conhecem Terezinha e se entenderam alguma coisa dessa história. No meu caso, mesmo depois desses anos todos, ainda carrego má impressão dela. Será que o título de música não seria “Terezinha? Só Jesus!”.
Alguns estudiosos do cancioneiro popular interpretam a coisa  de maneira completamente diferente. Fazem alusão a Terezinha como se fosse “Santa Terezinha do Menino Jesus”. Dizem que a queda seria moral e o socorro da Santíssima Trindade. O Pai (Deus), do Filho (Jesus) e o Espírito Santo.  Convenhamos que esta fundamentação religiosa até pudesse ter sido pensada, mas de onde saiu esse limão? Onde está a religiosidade em querer um abraço da morena mais bonita, meu Deus?
E agora depois de tanta filosofia barata (de minha parte é claro) começo a tentar entender os motivos da briga do “cravo com a rosa”. Acho melhor que essas crianças parem de brincar de roda e passem a pular amarelinha. Minha cabeça já está viajando demais.


A plataforma em que meu blog está hospedado acaba de me lembrar que ele existe (para que eu renove o domínio). Foi bom, pois dei uma paradinha no que estava fazendo e vim até aqui. Faz-me muito bem. Saio um pouco dos trabalhos com um projeto ambicioso em que me meti (se tudo der certo um dia eu conto) e me ajuda a "reencontrar" tanta gente deste mundo virtual, que deu suporte para a que eu fosse à busca de muita coisa que representa o meu jeito Guidinha de viver. O problema é que quando a gente entra na blogosfera, começa a querer ler tudo que os outros estão publicando. Bom, o trabalho com o tal projeto só vai ser retomado na próxima semana. Quero viajar por aqui... 
 



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