Devo estar absolutamente maluca por não me sentir incomodada com a barulheira que está vindo aqui do andar de cima... Uma criança não tão pequena (deve estar com sete anos aproximadamente) corre pra lá e pra cá em uma farra danada com o pai.
Agora mesmo ele chegou à janela e fazendo uma voz que me lembrou do Fred Flinstones, comentou em uma altura razoável que a chuva está chegando e depois começou a afirmar que é Maicon Jordan. Pude ouvir as gargalhadas da menina. Nem imagino o que deve estar sendo usado como cesta... Sei que a mãe está em casa, porém parece achar melhor ficar na dela (a família não é normalmente barulhenta e nunca me incomodou). Os dois, pai e filha brincam sempre juntos aos sábados pela manhã dando a impressão que tem um montão de gente na casa, mas a farra na verdade é só deles mesmo. Reclamar de quê? De estar cercada de gente que se ama? De um pai que brinca de verdade com sua filhota? Ah se os barulhos do mundo fossem provenientes de crianças brincando aos sábados com seus pais...
Fico pensando em o quanto isso passa rápido (nossas crianças pequenas), mas o que se vive nesse período pode ser o diferencial para o resto da vida de todo um grupo familiar.
Acho que brinquei mais de bonecas, joguinhos, montar barracas, carrinhos, bolas de gude, panelinhas e tudo que envolve o mundo do faz de conta, com minhas meninas que em minha própria infância. O tempo passou e o arsenal de brinquedos da casa ganhou novos donos... Já não vivo a crochetar vestidinhos para as Barbies. É verdade que alguns brinquedos (pouquíssimos) não se foram, continuam guardados a espera do desapego ou da chegada dos filhos delas, mas tenho certeza de que mais que todo o aparato material, carregamos todos nós, o pai, elas e eu o doce sabor da brincadeira. Passou sim, o tempo passou e não temos mais bolas, bonecas, carrinhos espalhados pela casa, mas não foi embora a alegria e diversão. O lúdico não precisa mais dessas ferramentas, instalou-se no coração.
Fico feliz em saber que aqui no andar de cima está uma farra danada. Tem gente feliz e família se solidificando. Tem amor!
O que me incomoda são desavenças, música alta em horário e local inadequado, crianças sem limites, pais omissos...
O 1º quebra-cabeça de Beatriz (presente da prima Sara), guardado com carinho após muitas brincadeiras com o pai e mais tarde "cedido" para irmãzinha Clarisse também brincar em família.
Bem, como disse o Fred Flinstones aqui de cima, a chuva parece estar chegando, preciso fechar as janelas...
* postagem escrita ontem, porém abri mão de publicá-la enquanto escrevia para sair com uma das filhas... Convívio familiar é mais importante que Blog, não é?