Em minhas andanças observo a mudança de modelos, tamanho e material das bolsas usadas pelas pessoas de acordo com a faixa etária em que se encontram.
Com o decorrer do tempo as minhas também foram mudando e hoje, me incomoda compará-las as das filhas, não no que diz respeito ao estilo, mas ao conteúdo. Cada dia as minhas estão mais vazias e leves ao passo que a delas...
Sei que geralmente as mulheres são dependentes de pequenos e "valiosíssimos" objetos que julgam essenciais para a sobrevivência fora de casa, por isso coisas e mais coisas entopem os verdadeiros baús que carregam o dia todo.
Acho incrível apreciar senhoras idosas e suas pequenas bolsinhas atravessadas no ombro, andando felizes da vida com as mãos livres e sem a insegurança da necessidade de carregar peso morto.
Preciso evoluir um pouco mais neste quesito, mas incomparável mudança de conteúdo aconteceu nessas minhas companheiras - as bolsas. Já consigo na maioria das ocasiões sair de casa carregando dentro delas, apenas chaves, documento (um único, tendo em vista que não vivo pensando que vou me acidentar, morrer, perder a memória e etc a qualquer momento se for "ali"), uma carteira com algum dinheiro que possibilite a compra de algo que precise, lenços de papel, caneta, bloquinho e o celular (se esquecer em casa, normalmente resisto à tentação de voltar para buscá-lo). É isto e chega.
Não me acompanha a sensação de vazio ou morte por faltar lixa, agulha, linha, batom, cremes, álcool gel, escovas, carregador de celular, sombrinha, balinhas, remédios, agenda e sei lá mais o quê. O conteúdo de minhas bolsas hoje está mais próximo ao de minha mãe que das filhas.
Se eu for passar o dia longe de casa, acrescentarei uma pequena necessairecom material de higiene pessoal, batonzinho, cartão de banco ou similar e minha agulha de crochê. Está bom demais. Carregar peso não é o meu hobbie preferido.
É claro que quando tinha as meninas ainda pequenas, a bolsa andava recheada de tudo, mas bolsa de mãe é um caso a parte - algo surreal.
Libertar-me da necessidade de um verdadeiro arsenal de sobrevivência andando de um lado para o outro comigo, faz parte da qualidade de vida Guidinha que sempre sonhei. Circular sem pressa com bolsa levinha e sapatos confortáveis por aí, não tem preço... Se me perguntarem o que não pode faltar em minha bolsa hoje em dia, serei criticada é certo, mas o fundamental é leveza... Bolsa reflete a cabeça.